Nunca as prateleiras estiveram tão abarrotadas de xampu,
e com opções das mais variadas. Há desde as básicas, caso das indicadas para
cabelo seco, oleoso ou normal, até as mais complexas, como para fios alisados
por escova progressiva, loiros ou tingido e com luzes. O lado ruim de tanta
variedade é que fica difícil escolher o melhor produto para levar para casa.
“Regra geral, é preciso ficar com o que vai resolver o seu maior problema no
momento. Por isso, aliás, é impossível ter apenas um pote de xampu em casa, já
que é comum resolver um drama e surgir outro, especialmente em quem usa secador
e chapinha ou faz química com frequência”, diz o cabeleireiro Eron Araújo, do
salão Blend, em São Paulo.
Sendo assim, tão importante quanto pensar no dano que você quer resolver, é
preciso saber o significado e a ação de cada ingrediente presente na formulação
do cosmético. Os itens listados a seguir estão presentes independentemente se o
xampu é específico para fios coloridos, oleosos ou ressecados. “O que muda é a concentração
de cada um deles em função do tipo de cabelo”, afirma o farmacêutico e
cosmetólogo Maurício Pupo, de Campinas (SP).
Detergente:
“Descrito no rótulo com os nomes lauril sulfato de sódio,
lauril sulfato de amônio, lauril éter sulfato de sódio e lauril eter sulfato de
amônio, produz uma espuma que agrada sensorialmente e ajuda a remover a gordura
tanto dos fios quanto do couro cabeludo”, explica a engenheira química Camila
Cerdeira, da K.PRO-Profissional, em São Paulo. Segundo ela, uma das grandes
evoluções da indústria da beleza nos últimos anos foi criar o xampu sulfate
free, ou seja, sem sulfato, ou substituí-lo por detergentes mais suaves. “Tudo
com o objetivo de evitar o desbotamento e o ressecamento do cabelo mais
sensível”, completa ela.
pH:
Indica o grau de acidez (quando o pH é menor que 7) ou de
alcalinidade (maior que 7) do xampu. “Como a camada de água e gordura que
protege o couro cabeludo tem pH levemente ácido, entre 4,2 e 5,8, o produto
deve ter um pH próximo desses valores, para não agredir a pele do couro
cabeludo, ou um pouco mais baixo, na faixa de 4,0 a 4,5, para ajudar a fechar
as cutículas dos fios, realçando o brilho deles”, diz Maurício Pupo.
Filtro
solar:
Cria uma película ao redor do fio que bloqueia a ação da
radiação ultravioleta, que rouba o brilho, a água e os pigmentos que dão cor ao
cabelo, deixando-o manchando. Na prática, os ruivos ficam alaranjados, os
castanhos avermelhados e os loiros, amarelados.
Sal:
Geralmente descrito como lauril sulfato de sódio, o sal
tem a função de aumentar a viscosidade do xampu e, com isso, dar a sensação de
que o cosmético é mais concentrado e benéfico. “Vale lembrar que o ativo não é
tão vilão quanto pintam por aí. Pelo contrário, já que trata-se de um
ingrediente natural e hidratante, pois atrai água para dentro do fio”, diz o
farmacêutico Maurício Pupo. Segundo ele, há a crença de que o efeito do sal do
xampu tem o mesmo efeito de embaraçar, ressecar e endurecer o fio que a água do
mar, mas isso não acontece, pois a sanilidade na praia gira em torno de 38%
enquanto a do xampu é de mais ou menos 0,5%.
Silicone:
Forma uma película ao redor do fio, evitando o atrito
entre eles bem como o aparecimento de frizz. Também dá brilho e deixa o toque macio.
Ativos que valem o
investimento
Entenda
para que servem alguns dos ingredientes mais usados em xampus
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Ácido
salicílico:
Elimina as células mortas do couro cabeludo, favorecendo a atuação de outros
ativos.
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Aloe
vera:
Extraído da babosa, não só hidrata, como fortalece e amacia o fio
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Ceramida: É um dos hidratantes mais
potentes do mercado, tanto que é bastante usado para fechar as cutículas dos
fios, deixando-os menos suscetível aos efeitos nocivos dos agentes externos e
da química capilar
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Colágeno: Como absorve água, prolonga a
hidratação.
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Extrato
de alfazema:
Alivia a coceira causada pela caspa e limpa profundamente o couro cabeludo.
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Glicerina: É um dos hidratantes mais
tradicionais.
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Jaborandi: Por ser adstringente, combate
a oleosidade excessiva.
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Lanolina: Obtida da lã do carneiro, tem
ação umectante e deixa o fio mais elástico e resistente à quebra.
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Manteiga
de karité:
Figurinha fácil em produtos para cabelo crespo e quimicamente danificado,
reestrutura o fio reduzindo não só o ressecamento, mas também os arrepiados.
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Octopirox:Purifica o couro cabeludo e
previne o reaparecimento da caspa.
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Óleo de
melaleuca: Atua
como bactericida, fungicida e anti-inflamatório, um trio de cuidados que
ajuda a manutenção a saúde e o controle da oleosidade do couro cabeludo sem
prejudicar a hidratação do fio.
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Óleos
essenciais:
Obtido de flores ou frutas, balanceiam a oleosidade e hidratam as pontas,
além de proteger a cor natural ou artificial do cabelo.
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Óleos
vegetais:
Oliva, abacate, amêndoas, manga e uva estão entre os mais usados e que têm
ação emoliente, ou seja, que deixa o cabelo leve, solto, macio e brilhante.
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Pantenol: Aumenta a hidratação e o
brilho e ainda ajuda a prevenir a queda.
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Piritionato
de zinco: Tem
ação anti-inflamatória e combate a irritação causada pela caspa.
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Proteína: Obtida do leite, da aveia, da
seda ou do trigo, auxilia a recuperação da fibra capilar e, por isso, é
indicada para cabelos danificados por agentes externos, como sol, cloro da
piscina e poluição, ou devido ao uso de química capilar, como coloração e
alisamento.
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Queratina: "Esse tipo de proteína
consegue penetrar na fibra capilar e reconstruir falhas internas e externas,
desde a causada por química capilar mal feita até a provocada pelo uso
exagerado de elástico", diz a engenheira química Camila Cerdeira.
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Tutano
de boi: Ótima
fonte de vitaminas e proteínas, deixa o fio mais resistente à coloração e ao
alisamento.
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Vitaminas: São várias as usadas. As do
complexo B, por exemplo, favorecem o metabolismo do couro cabeludo reduzindo
a caspa; enquanto a A e a E deixam os fios mais fortes e resistentes; e a C
evita que os coloridos desbotem e percam o brilho.
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Zinco: É bastante usado em xampu
para cabelo oleoso, já que ajuda a eliminar a oleosidade excessiva da raiz
sem ressecar as pontas.
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Fonte: Uol